segunda-feira, 30 de março de 2009

Turismo predatório e turismo solidário

Pode-se dizer que hoje, existem dois grandes modelos de turismo buscando seu espaço no País. De um lado, os grandes capitais e empreendimentos, as grandes estruturas hoteleiras, visando apenas o lucro onde, o objetivo é fazer com que o turista gaste tudo o que pretende na estrutura interna desses grandes complexos, pois têm seus próprios barcos, suas lojas e privatizam meios naturais, como praias, reservas etc... Não se preocupam com o meio ambiente, desmatam e causam impactos, muitas vezes, irreversíveis. Causam poucos impactos positivos no seu entorno, pois não se preocupam com a população local, demonstrando raríssimas preocupações com a responsabilidade social. Seu modelo de empreendimento não leva a uma utilização da cultura e da mão-de-obra local trazendo seus próprios funcionários especializados. Valorizam as riquezas geográficas das quais se apropriam e não valorizam manifestações locais culturais, sociais, religiosas etc... O seu “folclore” manifesta-se em grandes shows globalizados, pasteurizando e homogeneizando as diversidades e superficializando as identidades locais.

 

            Em contrapartida, já encontramos manifestações de um turismo mais solidário, menos predatório e mais participativo preocupado com a sustentabilidade ambiental, social e cultural. Nos casos mais significativos procura-se fazer com que a própria população local receba, guie e mostre suas manifestações culturais aos turistas. Mas para que isso ocorra, é necessário um grande trabalho de conscientização, recuperação da identidade, consciência da existência de patrimônios históricos, ambientais e culturais. Além disso, são necessários incentivos econômicos para que essa população prepare-se para receber os turistas, seja melhorando suas casas para acomodá-los, seja melhorando seus barcos, seja ampliando instalações e equipamentos para oferta de serviços e produtos, seja para construir estoques ou ampliar a produção artesanal e até produzir manifestações de cunho cultural mais elaboradas, etc... Outra contribuição importante do poder público para com essa modalidade de turismo, onde o objetivo é promover a sustentabilidade, é desenvolver um marketing condizente com este tipo de turismo que começa a atrair segmentos significativos, principalmente do primeiro mundo.  Existem turistas de Nova York que não querem encontrar Nova York em todos os lugares aonde vão. Assim percebe-se também uma resistência à homogeneização produzida pela globalização na procura do diverso, do diferente e do único.

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