quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Turismo e Controle Local

Partindo do pressuposto que o turismo se desenvolve de uma forma altamente descentralizada em sua administração, pois sua própria natureza envolve diversos recursos e equipamentos e serviços diretos e indiretos, o que permite que o controle local possa agir de forma significativa e positiva desde o planejamento, execução, fiscalização e monitoramento de ações concretas, que podem beneficiar o município, a comunidade e os turistas.

“A questão do poder local está rapidamente emergindo para tornar-se uma das questões fundamentais da nossa organização como sociedade. O poder local está no centro do conjunto de transformações que envolvem a descentralização, a desburocratização e a participação, bem como as chamadas novas tecnologias urbanas. No caso dos países subdesenvolvidos, a questão se reveste de particular importância na medida em que o reforço do poder local permite, ainda que não assegure, criar equilíbrios mais democráticos frente ao poder absurdamente centralizado nas mãos das elites”.(Ladislau Dowbor, 1999).

O poder local vem afirmando-se como alternativa fundamental para a construção de uma nova sociedade, capaz de enfrentar e encaminhar soluções para a superação da crise atual.

A citação vem reforçar a importância da participação e da autonomia da comunidade, como forma de suprir a ineficiência ou até mesmo ausência de ações públicas práticas, para responder às necessidades e demandas da comunidade na busca de uma atuação efetiva que encaminhe para o desenvolvimento sustentado.

“(...) O governo está começando a desaparecer da vida das comunidades, pois seu papel é cada vez menos importante, e está passando a delegar verbas e programas”. (Rifkin, 2000) Pág 20.

De acordo com o livro 3º setor Desenvolvimento Social Sustentado (2000). Surgem então novos atores como ONGs, representantes de associações da sociedade civil, integrantes de conselhos municipais e empresários, que passam a constituir um fórum de articulação, de negociação, de discussão de problemas emergentes, que passam a ser determinantes na busca de soluções para as necessidades das comunidades, na medida em que estes, percebem que suas necessidades não estão sendo contempladas pelo poder público e, dessa forma vão fortalecendo a autonomia local bem como o processo de consolidação da democracia. Swarbroke (2000) afirma ainda que,“uma das pedras fundamentais do turismo sustentável é a idéia de que a comunidade local deve participar ativamente no planejamento do turismo, e talvez controlar a indústria do turismo local e suas atividades”.

Clarissa Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário